sexta-feira, 27 de março de 2009

Acidente de Trabalho: de quem é a culpa?


Basicamente, acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente. Essa lesão pode provocar a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho.

Além disso, considera-se como acidente de trabalho: um acidente que ocorre durante o trajeto entre a residência do trabalhador e o local de trabalho; doença profissional que é produzida ou desencadeada pelo exercício de determinado trabalho e doença do trabalho, a qual é adquirida ou desencadeada pelas condições em que a função é exercida.

Durante algum tempo pudemos acompanhar muitos casos de acidentes de trabalho. Casos de empresas onde o acidente acontece com menos frequência e outras onde os números são assustadores. De quem é a culpa?

No Espírito Santo a maioria das empresas que atuam hoje no mercado são micro e pequenas, que estão no setor da terceirização. Em entrevista ao Jornal Sindinotícias o Presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Espírito Santo, Lauro Queiroz Rabelo, disse que o governo não investe em linhas de créditos para a prevenção de acidentes de trabalho para a área da saúde do trabalhador.

No Brasil existe a Fundacentro, que é a única entidade governamental que atua em pesquisa científica e tecnológica relacionada à segurança e saúde dos trabalhadores, mas segundo Lauro, caso a entidade realize algum trabalho ele não é visto. “Agente não vê o que a Fundacentro está fazendo. Não vemos a participação desse órgão encarregado, não vemos falar nada. O problema é que as pequenas empresas não têm capital para fazer treinamento e nem para renovar o material”.

Dessa forma, a atuação e o apoio do governo em projetos e linhas de créditos que vise à prevenção de acidentes de trabalho nas micro e pequenas empresas são essenciais. Na opinião de Lauro, o acidente não ocorre porque o dono da empresa quer, ocorre por falta de treinamento. São medidas simples que podem diminuir e até zerar o número de acidentes de trabalho, mas que custam dinheiro. Dinheiro esse que para o Governo é quase nada, mas que para o trabalhador, muitas vezes é tudo. (Com informações: boasaude.uol.com.br)


quinta-feira, 19 de março de 2009

Moradores revoltados com a destruição do Canal da Praia da Costa

Abril de 2008

A denúncia dos moradores da Praia da Costa ao Jornal Sindinotícias sobre a existência de porcos na Praia da Costa (final da Rua Dr. Jairo de Matos Pereira) vai muito além de um chiqueiro. Nossa redação esteve junto dos moradores e foram constatadas agressões ao meio ambiente, mais especificamente ao braço do rio que se liga à praia. No local está sendo construída, segundo os moradores, uma escola. O pior é que a obra possui autorização da Prefeitura de Vila Velha (07/259 – conforme foto abaixo). Estão sendo implantadas manilhas no braço do rio, o que está destruindo toda fauna e flora, ameaçando espécies que habitam no local.

O ambientalista e médico Dr. Lupércio contou à nossa equipe que o problema é comum em alguns municípios do Espírito Santo, inclusive em Vila Velha. “Isso caracteriza o retrato do descaso que a Prefeitura tem com o meio ambiente em geral. Uma obra como esta que foi iniciada em cima de uma área de preservação permanente não deveria ter acontecido, pois é um ato ilegal. Neste caso a Prefeitura deve ser responsabilizada pelo seu próprio ato. A sociedade civil, os moradores estão presenciando o fato de um órgão público tomar decisão sem sequer ouvir a posição da União, o que caracteriza um descaso em relação ao meio ambiente”.

Para o morador Marcos Ribeiro, a realização da obra é um absurdo. “Uma imposição como esta está condenando o braço do rio e a vida de caranguejos, macacos, cobras e outras espécies indefesas. Jamais deixarei meu filho estudar em uma escola que não valoriza um dos princípios da vida, que é a natureza”.


O Advogado Eric Rubiale considerou a situação preocupante. “As autoridades têm que verificar o que está acontecendo. Existe uma degradação ambiental feita pelo homem. Com a destruição do habitat natural os animais silvestres acabam indo para a área urbana e muitas vezes são atropelados, eletrocutados ou vão para as casa vizinhas”, conta.

O engenheiro Henrique Casamata contou que, enquanto cidadão, ele considera que a Prefeitura tomou uma decisão política. “Este caso é um pequeno exemplo em Vila Velha. Nossos filhos pagarão pela falta de comprometimento que existe hoje com a política ambiental. Política ambiental não é apenas aquela “politicazinha” de ficar vigiando o Morro do Moreno ou a reserva de Jacaranema. É uma política municipal que atenda todo cidadão de Vila Velha por igual dentro de critérios ambientais”.


O vice-presidente da Associação de Moradores da Praia da Costa, Sebastião Vicente de Paula, considera a obra um descaso do Poder Público com Vila Velha. “Tudo o que está acontecendo é traumático. Houve várias reclamações da vizinhança e pretendemos encaminhar o assunto às entidades do meio ambiente para que elas consigam mobilizar alguma coisa para sensibilizar o Poder Público, e que a partir daí possa ser realizado um trabalho digno, que a sociedade mereça”.

Os moradores convidaram a Associação de Moradores da Praia da Costa (AMPC) para ser parceira na solução do problema juntamente com os órgãos públicos competentes. Os moradores já haviam convocado a AMPC por quatro vezes com a ajuda do Jornal Sindinotícias, mas somente agora houve união de todos.


Durante todo o dia de hoje (08/04/08), os moradores estiveram aguardando a chegada da Polícia Ambiental, que esteve no local a pedido dos moradores e suspendeu imediatamente toda ação de destruição ao meio ambiente que vinha sendo realizada. Na próxima quinta-feira (09/04), os moradores se reunirão para discutir como está sendo solucionado o problema e que caminhos serão tomados daqui para frente.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Pequenas e médias empresas já sentem reflexos da crise

Com base na pesquisa “Sondagem empresarial” realizada entre os dias 16 e 28 de fevereiro pelos alunos calouros dos cursos de Administração e Direito da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI) em várias ruas comerciais da Região Metropolitana da Grande Vitória, constatou-se que a maioria das empresas pesquisadas já sente os reflexos da crise.

Foram pesquisadas 208 pequenas e médias empresas, sendo 154 do setor comercial e 54 do setor de serviços. Na metodologia utilizada na pesquisa, a margem de erro foi de 6,8% pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

A sondagem empresarial foi monitorada pelos alunos veteranos, membros da EJFV - Empresa Júnior da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI) dentro do projeto “XÔ CRI$E – campanha educativa contra a crise financeira global”. Este projeto irá representar a FABAVI de Vitória no Prêmio Trote da Cidadania 2009, evento de iniciativa da Fundação Educar Dpaschoal de Campinas (SP).

A pesquisa demonstrou que as pequenas e médias empresas capixabas dos setores comércio e serviços já sentem que a crise financeira global afetou de alguma forma seus negócios (tabela 1). Cerca de 75% das empresas da amostra, já sentem os efeitos da crise. É interessante observar que o percentual de empresas que estão sendo mais afetadas com a crise foi de 49,5% (20,2% responderam “muito” e 29,3% responderam “moderadamente”). Desse modo, o setor comercial está sendo mais afetado que o de serviços, com 51,3% e 44,4%, respectivamente, somadas as opções de respostas: “muito” e “moderadamente”.

Segundo a pesquisa, o percentual de empresa que está sendo pouco afetada com a crise chegou a 25,5%. Apenas 16,3% dos empresários responderam que ainda não tomaram conhecimento dessa crise, no entanto 8,7% dos empresários entrevistados ainda não sentiram a crise, mas com certeza esperam ser afetados até o final do ano.

Constatou-se sobre o que vem afetando mais os negócios das empresas pesquisadas, e está sendo a retração nas vendas: com 50% das respostas dos empresários do setor de serviços e 47,4% para os gestores das lojas comerciais.

O aumento da inadimplência foi a segunda maior queixa dos empresários, pois vem atingindo 20,1% dos lojistas e 18,5% dos prestadores de serviços entrevistados. As altas taxas de juros embutidas nas prestações vêm estrangulando a renda, desse modo o orçamento do consumidor fica descontrolado, gerando a inadimplência.

O maior parcelamento nas vendas a prazo está afetando mais os negócios do setor comercial do que o setor de serviços. A opção dessa resposta foi de 11% e 5,6%, respectivamente. O parcelamento nas vendas no comércio está comprimindo o capital de giro das empresas que não conseguem alongar o prazo de pagamento de compra dos fornecedores.

A dificuldade de crédito bancário atinge em torno de 9% de ambos os setores pesquisados.

Apesar de atolados na crise, a maioria dos empresários entrevistados está otimista em relação as suas expectativas para os próximos meses. Cerca de 14,5% deles aguardam meses bem melhores e 37,5% esperam por um período um pouco melhor.

Em relação ao futuro, os empresários do setor de serviços estão mais otimistas que os lojistas, isto é, os que optaram pelas respostas “bem melhor” e “um pouco melhor” foram 59,3% e 50%, respectivamente.

Os entrevistados que acreditam que a situação ficará estável chegou a 32,2% das respostas. Os mais pessimistas foram a minoria, sendo que 12% dos entrevistados acreditam que os seus negócios vão piorar um pouco mais nos próximos meses e apenas 3,4% estão prevendo uma piora excessiva.

ATIVIDADES MAIS AFETADAS COM A CRISE

Prestação de serviços em comércio exterior: todas as empresas pesquisadas vêm sentindo muito ou moderadamente os efeitos da crise. A retração no fechamento de negócios é o que mais afeta essas empresas. No entanto, a expectativa da maioria dos entrevistados é de meses um pouco melhores.

Comércio de vestuário: cerca de 60% dos entrevistados vem sentindo muito ou moderadamente a crise. O aumento da inadimplência é o que mais vem afetando seus negócios. A expectativa de 53% dos entrevistados é de meses um pouco melhores.

Farmácia e comércio de cosméticos: cerca de 84,6% dos empresários responderam que estão sendo afetados com a crise. A retração nas vendas foi a opção de resposta para 69,2% dos entrevistados. A expectativa é de estabilidade sem grandes melhoras nos próximos meses.

Comércio de veículos e autopeças: assim como o setor farmacêutico, 84,6% dos empresários responderam que estão sendo afetados com a crise. A retração nas vendas foi a opção de resposta para 53,8% dos entrevistados. A expectativa de 61,5% dos entrevistados é de meses um pouco melhores.

Comércio de móveis: a maioria respondeu que foi afetada com a crise. O maior parcelamento das vendas a prazo é o grande problema enfrentado nesse momento de crise. A expectativa da maioria é de dias um pouco melhores e com tendência a estabilidade.

ATIVIDADES MENOS AFETADAS COM A CRISE

Mercearias e pequenos supermercados: a maioria (53,8%) vem sentindo pouco os efeitos da crise. No entanto a retração nas vendas e o aumento da inadimplência são fatores que ainda afetam seus negócios. A expectativa da maioria é de dias um pouco melhores e com tendência a estabilidade.

Lanchonetes, restaurantes e padarias: a maioria (74%) vem sentindo pouco os efeitos da crise. São as atividades menos atingidas pela crise, pois 39,1% dos entrevistados não tomaram conhecimento da crise. A expectativa da maioria é de dias um pouco melhores e com tendência a estabilidade.

Por: Prof. Paulo César Ribeiro – Economista e Colunista do Sindinotícias




terça-feira, 17 de março de 2009

Regras de atendimento em call centers ainda são desrespeitadas


A lei que determinou novas regras de funcionamento para os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) já completou três meses, mas continua sendo descumprida pelas empresas. A avaliação é de órgãos e entidades de defesa do consumidor.

Segundo o Ministério da Justiça, nos 67 dias úteis passados desde que o decreto entrou em vigor, foram registradas 3,2 mil reclamações por descumprimento da lei em todo o país. Mais de 370 empresas foram autuadas e 36 multadas.

Entre outros pontos, o Decreto 6.523/08 determina que o consumidor não deverá esperar mais do que um minuto para ser atendido. Ao ligar para um SAC, o consumidor deve ter a opção, logo no primeiro menu eletrônico, de falar diretamente com o atendente, sem ter que fornecer seus dados antes.

O assessor jurídico do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Marcos Diegues, aponta que as empresas de telefonia são as que mais violam a lei. Ele ressalta que a denúncia de irregularidades é fundamental para que as empresas possam ser punidas. O consumidor que não for atendido de acordo com as normas vigentes deve procurar o Procon mais próximo.

“As empresas devem ser multadas e o consumidor tem um papel muito importante nesse aspecto, que é o de registrar a reclamação. Ele tem o direito de solicitar a gravação do seu contato com a empresa, porque isso servirá de prova para mostrar que o atendimento foi inadequado”, recomenda.

A coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - Pro Teste, Maria Inês Dolci, defende que o consumidor lesado deve repensar o seu contrato com a empresa ou prestador de serviço.

“Ao desrespeitar a lei, elas estão apostando que poderão ir à Justiça depois, para discutir essa multa. É um desrespeito enorme ao consumidor, porque ele tem prejuízos não só o financeiro, mas também do tempo que perde entrando em contato com os call centers. Lembrando que é ele quem remunera esse serviço e precisa ser bem tratado”, acredita. Fonte: JC Online

segunda-feira, 16 de março de 2009

Pequenas e médias empresas já sentem reflexos da crise

Com base na pesquisa “Sondagem empresarial” realizada entre os dias 16 e 28 de fevereiro pelos alunos calouros dos cursos de Administração e Direito da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI) em várias ruas comerciais da Região Metropolitana da Grande Vitória, constatou-se que a maioria das empresas pesquisadas já sente os reflexos da crise.

Foram pesquisadas 208 pequenas e médias empresas, sendo 154 do setor comercial e 54 do setor de serviços. Na metodologia utilizada na pesquisa, a margem de erro foi de 6,8% pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

A sondagem empresarial foi monitorada pelos alunos veteranos, membros da EJFV - Empresa Júnior da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI) dentro do projeto “XÔ CRI$E – campanha educativa contra a crise financeira global”. Este projeto irá representar a FABAVI de Vitória no Prêmio Trote da Cidadania 2009, evento de iniciativa da Fundação Educar Dpaschoal de Campinas (SP).

A pesquisa demonstrou que as pequenas e médias empresas capixabas dos setores comércio e serviços já sentem que a crise financeira global afetou de alguma forma seus negócios (tabela 1). Cerca de 75% das empresas da amostra, já sentem os efeitos da crise. É interessante observar que o percentual de empresas que estão sendo mais afetadas com a crise foi de 49,5% (20,2% responderam “muito” e 29,3% responderam “moderadamente”). Desse modo, o setor comercial está sendo mais afetado que o de serviços, com 51,3% e 44,4%, respectivamente, somadas as opções de respostas: “muito” e “moderadamente”.

Segundo a pesquisa, o percentual de empresa que está sendo pouco afetada com a crise chegou a 25,5%. Apenas 16,3% dos empresários responderam que ainda não tomaram conhecimento dessa crise, no entanto 8,7% dos empresários entrevistados ainda não sentiram a crise, mas com certeza esperam ser afetados até o final do ano.

Constatou-se sobre o que vem afetando mais os negócios das empresas pesquisadas, e está sendo a retração nas vendas: com 50% das respostas dos empresários do setor de serviços e 47,4% para os gestores das lojas comerciais.

O aumento da inadimplência foi a segunda maior queixa dos empresários, pois vem atingindo 20,1% dos lojistas e 18,5% dos prestadores de serviços entrevistados. As altas taxas de juros embutidas nas prestações vêm estrangulando a renda, desse modo o orçamento do consumidor fica descontrolado, gerando a inadimplência.

O maior parcelamento nas vendas a prazo está afetando mais os negócios do setor comercial do que o setor de serviços. A opção dessa resposta foi de 11% e 5,6%, respectivamente. O parcelamento nas vendas no comércio está comprimindo o capital de giro das empresas que não conseguem alongar o prazo de pagamento de compra dos fornecedores.

A dificuldade de crédito bancário atinge em torno de 9% de ambos os setores pesquisados.

Apesar de atolados na crise, a maioria dos empresários entrevistados está otimista em relação as suas expectativas para os próximos meses. Cerca de 14,5% deles aguardam meses bem melhores e 37,5% esperam por um período um pouco melhor.

Em relação ao futuro, os empresários do setor de serviços estão mais otimistas que os lojistas, isto é, os que optaram pelas respostas “bem melhor” e “um pouco melhor” foram 59,3% e 50%, respectivamente.

Os entrevistados que acreditam que a situação ficará estável chegou a 32,2% das respostas. Os mais pessimistas foram a minoria, sendo que 12% dos entrevistados acreditam que os seus negócios vão piorar um pouco mais nos próximos meses e apenas 3,4% estão prevendo uma piora excessiva.

ATIVIDADES MAIS AFETADAS COM A CRISE

Prestação de serviços em comércio exterior: todas as empresas pesquisadas vêm sentindo muito ou moderadamente os efeitos da crise. A retração no fechamento de negócios é o que mais afeta essas empresas. No entanto, a expectativa da maioria dos entrevistados é de meses um pouco melhores.

Comércio de vestuário: cerca de 60% dos entrevistados vem sentindo muito ou moderadamente a crise. O aumento da inadimplência é o que mais vem afetando seus negócios. A expectativa de 53% dos entrevistados é de meses um pouco melhores.

Farmácia e comércio de cosméticos: cerca de 84,6% dos empresários responderam que estão sendo afetados com a crise. A retração nas vendas foi a opção de resposta para 69,2% dos entrevistados. A expectativa é de estabilidade sem grandes melhoras nos próximos meses.

Comércio de veículos e autopeças: assim como o setor farmacêutico, 84,6% dos empresários responderam que estão sendo afetados com a crise. A retração nas vendas foi a opção de resposta para 53,8% dos entrevistados. A expectativa de 61,5% dos entrevistados é de meses um pouco melhores.

Comércio de móveis: a maioria respondeu que foi afetada com a crise. O maior parcelamento das vendas a prazo é o grande problema enfrentado nesse momento de crise. A expectativa da maioria é de dias um pouco melhores e com tendência a estabilidade.

ATIVIDADES MENOS AFETADAS COM A CRISE

Mercearias e pequenos supermercados: a maioria (53,8%) vem sentindo pouco os efeitos da crise. No entanto a retração nas vendas e o aumento da inadimplência são fatores que ainda afetam seus negócios. A expectativa da maioria é de dias um pouco melhores e com tendência a estabilidade.

Lanchonetes, restaurantes e padarias: a maioria (74%) vem sentindo pouco os efeitos da crise. São as atividades menos atingidas pela crise, pois 39,1% dos entrevistados não tomaram conhecimento da crise. A expectativa da maioria é de dias um pouco melhores e com tendência a estabilidade.

Por: Prof. Paulo César Ribeiro – Economista e Colunista do Sindinotícias




sexta-feira, 13 de março de 2009

Maioria da população capixaba já sente os reflexos da crise



Com base na pesquisa de opinião pública realizada entre os dias 12 e 20 de fevereiro, pelos alunos calouros dos cursos de Administração e Direito da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI), em vários pontos da Região Metropolitana da Grande Vitória, constatou-se que a maioria da população capixaba já sente reflexos da crise.

Foram entrevistadas 1110 pessoas com idade acima de 16 anos, através de uma amostra do tipo acidental proporcionalmente estratificada por sexo, ou seja, 577 pessoas do sexo feminino (52%) e 533 pessoas do sexo masculino (48%). Na metodologia utilizada na pesquisa, a margem de erro foi de três pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

As entrevistas foram coordenadas pelos alunos veteranos, membros da EJFV - Empresa Júnior da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI), dentro do projeto “XÔ CRI$E – campanha educativa contra a crise financeira global”. Este projeto irá representar a FABAVI de Vitória no Prêmio Trote da Cidadania 2009, evento de iniciativa da Fundação Educar Dpaschoal de Campinas (SP).

A pesquisa demonstrou que o capixaba sente que a crise financeira global afetou de alguma forma sua vida (tabela 1). Cerca de 64,3% dos entrevistados já sentem na pele os efeitos da crise, desemprego, endividamento, prejuízo no mercado de ações, etc. É interessante observar que o percentual de pessoas que estão sendo mais afetadas com a crise foi de 44,4% (21,2% responderam muito e 23,2% responderam moderadamente).

Os entrevistados que estão sendo pouco afetados com a crise chegou a 20%. Apenas 14,9% das pessoas responderam que ainda não tomaram conhecimento dessa crise, no entanto 20,8% dos entrevistados ainda não sentiram a crise, mas com certeza esperam ser afetados até o final do ano.

No entanto, a pesquisa revelou que as mulheres estão mais imunes à crise do que os homens, assim 13% delas acreditam que essa crise financeira global não afetará a vida delas, contra 16,9% dos homens entrevistados.

O percentual de homens e mulheres que está sendo muito ou moderadamente afetado pela crise foi elevado, 43,3% e 45,2%, respectivamente. Os que responderam que estão sendo pouco afetados estão praticamente empatados: 20,1% para homens e 19,9% para mulheres.

Cabe ressaltar que na análise das respostas por faixas etárias (tabela 2), as divergências foram maiores. Os adultos com idade acima de 35 anos que sentem que a crise financeira global afetou suas vidas são a maioria, sendo que 71,4% deles já estão mergulhados na crise, contra 58,6% dos jovens entre 16 e 35 anos de idade. O percentual de adultos que está sendo muito afetado pela crise foi de 29%, contra 14,8% dos jovens.

Considerando uma análise mais segmentada (tabela 3), constatou-se que, das 240 mulheres adultas com idade acima de 35 anos que foram entrevistadas, 75,4% vêm sentindo os efeitos da crise, e 32,9% delas sentem em maior intensidade. O percentual de homens com idade acima de 35 anos que estão sentindo os efeitos da crise é menor, isto é, 67,6% e os que estão sentindo muito correspondem a 25,4%.

Entre os jovens com idade de 16 a 35 anos a situação é equilibrada (tabela 4), pois 59,6% dos jovens do sexo masculino e 57,9% do sexo feminino estão sentindo a crise, no entanto o percentual das mulheres jovens que responderam que estão sentindo com maior intensidade foi de 12,8%, contra 17,3% dos homens jovens.

O percentual de mulheres jovens que acreditam que a crise não afetará suas vidas é menor (15,1%) que o dos homens (19,5%).


Por: Prof. Paulo Cezar Ribeiro – Colunista do Sindinotícias

Leia Mais : www.xocrise.rg3.net

quinta-feira, 12 de março de 2009

A história pede a reestatização da Vale

O plebiscito sobre a privatização da Companhia Vale do Rio Doce é um acontecimento histórico. A empresa foi um dos pilares do Brasil moderno criado pela "era Vargas", parcialmente destruído pela "era FHC". Defender a volta da Vale do Rio Doce como empresa estatal é defender o Brasil.
Em maio de 1997, em pleno auge da "era FHC", uma pesquisa divulgada por ninguém menos do que a revista Veja mostrou que 50% dos entrevistados discordavam da privatização da Vale do Rio Doce — contra 30% que apoiavam e 18% que não tinham opinião. Ou seja: sete de cada 10 brasileiros não estavam de acordo com uma ação que foi considerada um marco do modelo liberalizante que avassalou o país. E metade dos brasileiros estava simplesmente contra. O resultado reflete a memória nacional.

A Vale do Rio Doce é uma espécie de símbolo da modernização do Brasil promovido pela "era Vargas" — parcialmente destruída pela "era FHC". Quando Getúlio Vargas chegou ao Palácio do Catete, em 1930, num trem militar vindo do Estado do Rio Grande do Sul, o país de fato inaugurou uma nova era. O líder da revolução vestia um uniforme cáqui, com um revólver metido na cintura, e representava, até na forma de vestir, os tenentes rebeldes que promoveram dois levantes e uma marcha histórica — a Coluna Prestes — na década de 20 contra a República Velha.

Até então, o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM) revezavam-se no poder. O país era essencialmente rural — apenas 10% do Produto Interno Bruto (PIB) era industrial. Quando o esquife de Vargas deixou o Catete, 24 anos mais tarde — ele foi deposto por um golpe militar em 1945 e voltou à Presidência da República pelo voto popular em 1950 —, o Brasil não era nem sombra daquele país esculpido pelas oligarquias paulista e mineira. Em 1955, a produção industrial já representava 30% do PIB.

Desenvolvimento industrial
Uma das primeiras providências de Vargas foi alterar o papel do Estado. Antes, o governo interferia na economia apenas para garantir a boa vida dos oligarcas. O Estado comprava o café para preservar os fazendeiros de eventuais problemas na produção e da oscilação de preços no exterior. A moeda nacional flutuava ao sabor dos interesses dos fazendeiros — quando o preço caía no mercado internacional, o governo desvalorizava o dinheiro brasileiro e assim garantia os ganhos dos cafeicultores.

O novo presidente optou pela intervenção do Estado na economia para promover o desenvolvimento industrial. De 1932 a 1937, o PIB cresceu, em média, 7% ao ano. O Estado construiu empresas estratégicas para a economia nacional — entre elas a Vale do Rio Doce — e criou uma vasta legislação trabalhista — a CLT — e social. No seu segundo governo, Vargas criou a Petrobras — iniciativa que resultou de um vigoroso movimento patriótico — e fundou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). Quando Vargas voltou ao governo, o país já estava enquadrado no molde da Guerra Fria e respirava os ares reacionários do governo Dutra — aliado incondicional do imperialismo norte-americano. Ele então desenvolveu uma política nacional de impulso à industrialização, enfrentou a crise econômica deixada por Dutra e procurou atrair o apoio dos trabalhadores. O governo também enfrentou o imperialismo, criando uma lei de remessa de lucros para obrigar as empresas estrangeiras a investir no país.

Unidade costurando o país
Violentamente atacado pela direita, Vargas respondeu ao ultimato para que renunciasse dizendo que só sairia do Catete morto — como de fato aconteceu. Com a popularidade em alta, seu suicídio revoltou a população, que chorou a morte do presidente, apedrejou a embaixada dos Estados Unidos e incendiou jornais. Os comportamentos do povo e da elite naquele episódio iriam marcar a trajetória do país.

De alguma forma, até o golpe militar de 1964, depois de vários atentados contra a ordem democrática perpetrados pelos militares reacionários, tínhamos uma unidade costurando o país. O "milagre econômico" representou uma afluência excludente — a uns foi dado o acesso aos padrões de vida de uma sociedade industrial e a outros foi dada apenas a cota de sacrifício necessária àquele salto econômico.

Encerrado o período militar, o desafio sempre foi o de operar um novo ciclo de crescimento com outras premissas — expectativa que ainda não se transformou em realidade, apesar dos avanços recentes. "A mudança para a esquerda na América do Sul é uma reação ao fracasso, dramaticamente evidente em alguns casos, da política econômica de livre mercado imposta pelos Estados Unidos e pelas agências internacionais sob sua influência, na era do chamado Consenso de Washington. Sem esse fracasso, é quase certo que Lula não teria sido eleito", diz o historiador marxista Eric Hobsbawm.

Atuação internacional
A fraudulenta privatização da Vale do Rio Doce se insere nesta análise. Os neoliberais pregaram à exaustão que o programa de desestatização era fundamental para abater a dívida pública — que ao invés de diminuir cresceu assustadoramente. A verdade aparece quando se observa com atenção alguns dados da privatização desta empresa-símbolo da soberania nacional.

Quando a Vale do Rio Doce foi privatizada, os mandantes e executores do processo esconderam que o consórcio vencedor não manteria o centro das decisões da empresa, de fato, no Brasil. Comportaram-se como se essa não fosse uma questão relevante — quando na verdade é fundamental em se tratando de uma empresa estratégica para a economia nacional. A premissa de que a nacionalidade do controle das empresas estratégicas é fundamental é própria dos democratas e patriotas.

Quando se analisa friamente o comportamento das grandes empresas de atuação internacional, aparece claramente, na maioria dos casos, um viés em favor da base nacional. Um levantamento realizado por dois pesquisadores ingleses, Paul Hirst e Grahame Thompson, a respeito das corporações dos países desenvolvidos, sugere que algo como 70% a 75% do valor adicionado são produzidos nos países de origem dos grupos empresariais.
A Vale aos pedaços
As atividades de pesquisa e desenvolvimento também se concentram fortemente na base nacional das empresas. Uma pesquisa feita por dois economistas da Universidade de Sussex, Pari Patel e Keith Pavitt, mostrou que as companhias da Alemanha, do Japão e dos Estados Unidos realizavam sempre menos que 15% da sua atividade tecnológica fora do país de origem. É na base nacional que a mão-de-obra é treinada para tarefas mais adiantadas, mais sofisticadas.Na "era FHC", a Vale do Rio Doce — assim como todo o setor público — vivia sob achincalhe de figuras importantes do governo. Luiz Carlos Mendonça de Barros, por exemplo — que hoje se vangloria de ter ficado rico "graças a Deus e aos juros de Pedro Malan" — disse, quando era presidente do BNDES, que a Vale do Rio Doce deveria ser fatiada para ser vendida em pedaços. São fatos da história do Brasil que justificam perfeitamente uma batalha sem trégua pela reestatização da Vale do Rio Doce.
Por: Carlos Rogério de Carvalho Nunes é secretário nacional de Políticas Socias da CUT- Agosto de 2007

terça-feira, 10 de março de 2009

Regulamentação da publicidade de alimentos para crianças


“Eu gosto mais das coisas da rua”, diz a menina Jennifer Dias, de 11 anos, enquanto termina o lanche na praça de alimentação do shopping de maior movimento na capital federal.

A alguns metros, Gabriel Bonfim, de 6 anos, afirma que “fruta, arroz e feijão é que fazem crescer”, porém gosta mais de saborear a promoção da lanchonete. Para as mães das duas crianças, a preferência pelo lanche em vez da comida se explica pela propaganda na televisão e pelo apelo dos brindes.

Os supostos efeitos da publicidade sobre o consumo infantil fizeram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborar uma resolução para restringir e regulamentar a propaganda de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gordura e sódio e de bebidas com baixo teor nutricional.

A agência está analisando mais de 250 sugestões que recebeu na consulta pública (nº 71/06) a que submeteu a norma por 140 dias. As sugestões serão sistematizadas, reapresentadas em audiência pública e, posteriormente, encaminhadas para a diretoria colegiada da agência.
Enquanto a Anvisa não conclui o processo iniciado em novembro de 2006, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Instituto Alana tentam trazer novamente o assunto para o debate e promovem hoje (10), cinco dias antes do Dia Mundial do Consumidor, uma mesa-redonda, em São Paulo, para discutir as práticas de publicidade e marketing de alimentos e bebidas dirigidas a crianças.

Para o Idec e o Instituto Alana, é fundamental provocar o debate sobre propaganda de alimentos para crianças neste momento. “Tudo leva a crer que não há interesse nenhum dos anunciantes em discutir isso seriamente”, afirmou o gerente de Informação do Idec, Carlos Tadeu de Oliveira.
Segundo, ele, “a propaganda não é um mal em si”, no entanto, o consumo excessivo do chamado fast food pode causar diabetes, hipertensão e obesidade, daí a necessidade de regulamentar a publicidade para os alimentos. “Pessoas em pleno desenvolvimento não podem ser bombardeadas pela propaganda”, defendeu.

A advogada Isabela Henriques, coordenadora geral do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, confirma que 15% das crianças no mundo têm problemas de obesidade. Além dos problemas de saúde, o incentivo ao consumo na infância pode antecipar a erotização, afetar a formação de valores, gerar estresse na família e até favorecer a violência. “A entrada da criança no mundo da criminalidade está ligada ao consumo”, disse ela.

Trinta e dois por cento das sugestões recebidas pela Anvisa na consulta pública foram propostas pelo setor em regulamentação, 25% da chamada sociedade organizada. Conforme a agência, houve também a participação de pessoas físicas (29%) e de instituições de combate ao câncer (14%). Fonte: Agência Brasil

Consumo de carne vermelha duplica o risco de câncer de mama

Os pesquisadores do Brigham and Women´s Hospital e da Harvard Medical School, em Boston, examinaram 90 mil mulheres, que preencheram questionários em 1991, 1995 e 1999 nos quais registraram a frequência com que consumiam mais de 130 tipos diferentes de alimentos e bebidas.

No final do estudo, 1.021 mulheres tinham desenvolvido câncer de mama. Foi constatado que 512 desses casos foram associados à presença de estrogénio e progesterona, 167 não se mostraram associados a estas hormonas, 110 tinham razões diversas e 232, origem desconhecida.

O resultados, divulgados na revista médica Archives of Internal Medicine, somam-se a outros que já indicavam uma associação entre a ingestão da carne vermelha e o surgimento da doença.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Orçamento: R$ 26 milhões a menos para Lei Maria da Penha em 2009


Em vigor desde 22 de setembro de 2006, a Lei Maria da Penha vem a dois anos dando muitos resultados. “Marias” de todos os cantos do Brasil encontraram na lei um respaldo para não mais se calarem e assim denunciam seus agressores e tomam a decisão de não mais sofrerem maus tratos físicos e psicológicos.

Nos primeiros seis meses de 2008, a Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, registrou 121.891 atendimentos, significando um aumento de 107,9% em relação ao mesmo período de 2007. O crescimento por busca de informações sobre a lei foi de 346%. As denúncias de violências físicas estão em primeiro lugar, com 5.879 casos, sendo que quatro delas resultaram em homicídios. As outras denúncias foram causadas por outros tipos de violência, como a psicológica, sexual, moral e patrimonial, além de tentativas de homicídios, cárceres privados e ameaças.

Em 2009 talvez os números, infelizmente, podem não ser tão expressivos, pois, o orçamento para 2009 não destina nenhum recurso para cinco ações específicas de cumprimento à Lei Maria da Penha, consideradas prioridades pelo governo na LDO. Apenas uma emenda parlamentar individual aloca recursos para uma destas ações.

Segundo a Secretária Estadual Maria Margaret Belmiro Lima, sobre a Mulher Trabalhadora, disse ao Jornal Sindinotícias: “sem verba a gente não consegue combater essa violência”. Os governos “Precisam entender que essa violência prejudica toda a sociedade. É em casa que nasce o embrião da violência e depois sai para a sociedade. O que se gasta para tratar as seqüelas da violência é bem maior do que investir em prevenção”.

O debate no Legislativo conseguiu, até agora, reverter uma parte dos cortes feitos ao Programa de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (0156), que com as emendas recebidas no Parlamento, até o momento, passou dos R$ 27,8 milhões propostos pelo Poder Executivo para R$ 34,9 milhões.

Na opinião de Margareth, “se a mulher não tiver respaldo, nem proteção, ela não denunciará. Ao denunciar, ela corre vários riscos e passa a precisar desse apoio, do Programa de Enfrentamento”. Os Governos “Devem criar essas condições para dar cada vez mais garantias a essas mulheres”.

Entretanto, ações específicas que dão cumprimento à Lei Maria da Penha e à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2009 correm o risco de, mais uma vez, ficarem sem execução. Sob responsabilidade dos Ministérios da Justiça e da Saúde, as ações foram incluídas no Plano Plurianual (PPA) 2008-2011 por meio de emendas parlamentares.

No entanto, em 2007 e neste ano novamente, o Executivo encaminhou os projetos de lei orçamentária sem alocar qualquer recurso para tais ações. Segundo levantamento feito pelo Cfemea, considerando os valores planejados no PPA, isto significa um total de R$ 26 milhões em recursos que deixarão de ser aplicados no enfrentamento da violência no ano de 2009. Para os quatro anos (2008-2011) são R$ 128 milhões.

A discussão sobre a Lei Orçamentária Anual está chegando ao fim e, felizmente, apesar de muito já estar definido, ainda há tempo para reivindicar e batalhar por mais recursos para as políticas públicas, para as mulheres e, particularmente, para o enfrentamento da violência doméstica e familiar.(Com informações: Cfemea; intertítulos do Diap)

A próxima etapa, de discussão do Relatório Geral, é absolutamente fundamental para reverter a situação. O quadro é ruim, mas não chega a ser irremediável. A Bancada Feminina pode cumprir um papel importante no diálogo com o Relator Geral, o Senador Delcídio Amaral (PT/MS).

sexta-feira, 6 de março de 2009

Estudos do Dieese mostra desempenho da mulher no mercado de trabalho


Em virtude do Dia Internacional da Mulher, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou no dia (4), às 10h, dois estudos. O primeiro analisa o desempenho da mulher no mercado de trabalho na região metropolitana de São Paulo em 2008. O segundo estudo avalia como o tipo de arranjo familiar diferencia a inserção de esposas ou mulheres chefes de família no mercado.

O estudo mostra que a taxa de participação das mulheres ( que estão no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas) voltou a crescer em 2008. Esse aumento ocorreu em todos os grupos de cidade, escolaridade, raça/cor e posição no domicílio ( como chefe ou esposa), mas atingiu, particularmente, as mulheres de 50 a 59 anos, as que tinham pelo menos o ensino fundamental completo e as esposas. Para as mulheres, o nível de ocupação cresceu mais do que para os homens, principalmente nos setores de serviços e de comércio. Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 5 de março de 2009

Cesta básica da classe média recua 2,67% em fevereiro

Após quatro altas seguidas, o valor da cesta básica da classe média capixaba recuou 2,67% em fevereiro. A pesquisa de preços foi efetuada pelos alunos do curso de administração e membros da Empresa Júnior da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI), que calcularam o custo da cesta de alimentação para uma família padrão da classe média capixaba (2 adultos e 2 crianças) com poder aquisitivo entre 3 a 10 salários mínimos. O valor da cesta em fevereiro foi de R$ 864,12, tendo um decréscimo de R$ 23,57 em relação ao mês anterior, que fechou em R$ 887,79.

Apesar do recuo observado, cabe ressaltar que o valor da cesta básica de fevereiro, ainda está elevado e é o segundo maior valor apurado desde que o índice foi criado em fevereiro de 2007.

No mês, 11 produtos tiveram alta de preços, 14 itens tiveram recuo e 5 permaneceram com preços estáveis. O índice acumulado do ano está em 1,39% e o acumulado nos últimos 12 meses fechou em 17,58%.

É interessante verificar que em fevereiro/08, a cesta de alimentos para a classe média foi cotada em R$ 734,93 e no mês de fevereiro/09, o consumidor deveria desembolsar mais R$ 129,19 para a aquisição dos mesmos 30 itens consumidos naquele período.

Os produtos que apresentaram maiores quedas de preços no mês de fevereiro foram: tomate para mesa (-20,0%), banana prata (-5,4%), maracujá (-27,5%), peito de frango (-6,3%), alcatra de boi (-3,1%) e óleo de soja (-2,0%).

Os preços do tomate voltaram a cair em virtude do ajuste de preço de mercado em função das variações climáticas. Para a banana prata, a variação negativa no período reflete a grande oferta de frutas concorrentes nessa época do ano.

A queda de preços da carne bovina, de frango e o óleo de soja foram influenciados pela retração das exportações e de redirecionamento da oferta ao mercado interno. As exportações brasileiras desses produtos recuaram muito com a crise, e o preço no mercado interno está atrativo para o consumidor, que deve aproveitar as ofertas nos supermercados.

Dos onze produtos que tiveram preços majorados, as altas mais expressivas foram da cenoura comum (26,8%), laranja pêra (13,9%), açúcar refinado (4,5%), cebola branca (4,9%) e o mamão Havaí (3,7%).

Nas laranjas – para a indústria e de mesa – o maior consumo de suco no verão, associado à escassez relativa de produto nesta época do ano impulsionou os preços para cima.

Em relação aos últimos 12 meses, vários produtos ainda acumulam altas expressivas, como a vagem comum (127,3%), a cenoura (120,0%) e o tomate de mesa (70,1%).

O estabelecimento com valor da cesta de alimentos mais cara no mês de fevereiro foi o supermercado Schowambach (R$ 915,70). O estabelecimento que apresentou a cesta de alimentos com preço mais baixo foi o supermercado Epa Plus (R$ 822,68). A cotação da cesta mais próxima da média calculada ficou por conta do hipermercado Wal-Mart (R$ 864,30).

Conforme estudo elaborado pelos alunos da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI), caso o consumidor pesquisasse os menores preços entre os dez estabelecimentos selecionados para a pesquisa, compraria uma cesta de alimentos por R$ 718,98, assim, ele economizaria R$ 145,14 no mês, ou seja, 16,8% em relação ao preço médio apurado para a cesta de alimentos.

Pelos cálculos dos pesquisadores da FABAVI, a renda média necessária para aquisição da cesta de alimentos para uma família padrão da classe média (2 adultos e 2 crianças) estaria em torno de R$ 3.427,68 em fevereiro, equivalente a 7,4 salários mínimos atuais.

A pesquisa foi supervisionada pelo Professor Paulo Cezar Ribeiro, Coordenador da Empresa Júnior da Faculdade Batista de Vitória (FABAVI), e foi realizada em 10 grandes redes de supermercados da Região Metropolitana da Grande Vitória.


Por: Professor Paulo Cezar Ribeiro - Colunista do Jornal Sindinotícias

quarta-feira, 4 de março de 2009

Xô Cri$e´mobiliza comunidade na Av. Vitória


Na noite do dia 12 de fevereiro, os alunos veteranos da Empresa Júnior, monitores oficiais do Trote da Cidadania 2009 da Faculdade Batista de Vitória, mobilizaram mais de cem calouros dos cursos de Direito e Administração e realizaram com pleno êxito a campanha educativa XÔ CRI$E !!! no cruzamento da Av. Vitória com a Av. Marechal Campos no centro da capital.

O local de partida foi no portão principal da FABAVI Vitória. A partir daquele ponto os alunos saíram em passeata e com muita animação, sob a Coordenação do Prof. Paulo Cezar Ribeiro, rumo ao local do evento.

Enquanto caminhavam, os alunos da FABAVI de Vitória iam distribuindo panfletos com dicas importantes para os consumidores que transitavam no local sobre a necessidade de equilíbrio do orçamento doméstico neste momento de crise financeira mundial.

No local do evento o apoio da Guarda Municipal de Prefeitura de Vitória foi fundamental para o pleno êxito da campanha, pois durante a panfletagem havia necessidade de monitoramento constante dos veículos para oferecer maior segurança aos alunos participantes. Em muitos momentos o trânsito foi interrompido em função da manifestação dos alunos calouros sob a supervisão dos veteranos monitores.

A cada sinal fechado na Av. Vitória os alunos da FABAVI Vitória ficaram eufóricos ao longo da faixa de pedestre gritando o slogan da campanha XÔÔÔÔ CRI$$$$EEEE !!! XÔÔÔÔ CRI$$$$EEEE !!!, além de alertarem a população através de medidas preventivas para enfrentar a crise.

Outro grupo mais próximo não perdia tempo e entrevistava diversas pessoas que estavam ao redor da manifestação para saber se a crise financeira global vem afetando suas vidas. Foram entrevistadas mais de 700 pessoas acima de 16 anos de idade. Um terceiro grupo ficou por conta de uma intensa panfletagem com as dicas preventivas para consumidores e endividados contra a crise. Foram distribuídos em torno de 2.000 panfletos entre 19:00h e 20:40h.

terça-feira, 3 de março de 2009

Índice de confiança da indústria na economia aumenta


O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu pela segunda vez seguida, passando de 75,3 pontos para 76,3 pontos entre janeiro e fevereiro. De acordo com a análise técnica do Ibre/FGV, apesar do aumento, o índice é o quarto menor da série histórica iniciada em abril de 1995, superando apenas os resultados de outubro de 1998 (71,2 pontos); dezembro de 2008 (74,7 pontos) e janeiro de 2009 (75,3 pontos).

Quanto às perspectivas para os próximos meses, o levantamento mostra que, em comparação com janeiro, o Índice de Expectativas (IE) teve recuperação, passando de 72,5 pontos para 75,2 pontos. Já o Índice da Situação Atual (ISA) recuou de 78,1 para 77,4 pontos.

A pesquisa mostra ainda que o pessimismo do setor diminuiu. De um total de 1.072 empresas consultadas, 23,4% declararam acreditar na melhora no cenário econômico, ante o percentual de 12,8% verificado em janeiro. Já índice dos que prevêem uma situação pior nos negócios entre fevereiro e julho deste ano chegou a 37% do total de entrevistados, ante 35,8% em janeiro. Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 2 de março de 2009

É preciso investir em tecnologia verde

Se quiserem cumprir as metas para redução de emissões de gases de efeito estufa, o Brasil e Reino Unido devem investir em pesquisa básica e na transferência de tecnologia “verde”, dizem especialistas em workshop na FAPESP.

O Brasil e o Reino Unido, cada um à sua maneira, realizaram uma quebra de paradigmas ao estabelecer diretrizes para a redução de emissões de gases de efeito estufa, de acordo com o climatologista Carlos Afonso Nobre, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.Mas, segundo ele, para atingir suas metas, os dois países precisarão investir no desenvolvimento de tecnologias verdes e em sua transferência para a sociedade. Nobre, que é coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), analisou o tema durante o Workshop on Physics and Chemistry of Climate Change and Entrepreneurship (“Workshop sobre empreendedorismo e física e química das mudanças climáticas”), nesta segunda-feira (26/2), na sede da Fundação, em São Paulo. O evento, que faz parte das atividades do PFPMCG, integra as atividades da Parceria Brasil-Reino Unido em Ciência e Inovação.

Segundo Nobre, com o Plano Nacional de Mudanças Climáticas o Brasil estabeleceu como meta reduzir o desflorestamento em 80% até 2020. Enquanto isso, o Reino Unido definiu uma meta de redução de 80% das emissões de gases de efeito estufa até 2050.

“Os dois países quebraram paradigmas com essas iniciativas. O Brasil fez algo inédito porque dificilmente um país em desenvolvimento estabelece metas quantitativas dessa magnitude. O Reino Unido, por sua vez, determinou uma meta muito audaciosa, ao contrário dos outros países desenvolvidos”, disse.

De acordo com o cientista, as iniciativas foram necessárias, pois a emissão atual de gases de efeito estufa é mais expressiva que a das piores estimativas feitas há oito anos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

“Nos últimos três anos, os países em desenvolvimento – que em dois séculos haviam contribuído com apenas um terço das emissões – chegaram ao nível dos países desenvolvidos. Foi constatado que o atraso na mitigação é custoso e perigoso. Há pontos de virada que podem ter sido ultrapassados. Tudo isso exige ações em todos os setores”, disse.

Iniciativas como a brasileira e a britânica, segundo Nobre, são fundamentais. Se o Brasil atingir a meta estabelecida de redução do desmatamento, por exemplo, a emissão total de carbono cairá 30% em relação aos níveis de 1999.

“O caminho está nas reduções de emissões. Temos agora que discutir a ciência básica que proporcionará essa redução. A proposta do PFPMCG é trabalhar nessas pesquisas e, ao mesmo tempo, discutir suas aplicações”, afirmou.

O empreendedorismo voltado para o desenvolvimento de tecnologias verdes, segundo Nobre, deve ter foco nas necessidades de cada país, sem perder a perspectiva global.

“No Brasil, 55% das emissões estão ligadas às mudanças no uso do solo – setor que corresponde a 1% do PIB. Considerando-se apenas as emissões de carbono, essa cifra se eleva a mais de 70%. A agricultura, responsável por 30% do PIB, provoca 25% das emissões. O uso de combustíveis fósseis, que equivale aqui a apenas 17% das emissões, no Reino Unido é responsável por mais de 80%”, explicou.Impacto econômico.

O impulso dado ao empreendedorismo no Reino Unido nos últimos anos criou oportunidades para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a mitigação das mudanças climáticas globais, de acordo com o professor David Secher, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que apresentou a palestra “Transferência de tecnologia – traduzindo a pesquisa em benefícios econômicos”.

“Tivemos uma mudança completa no cenário do empreendedorismo nos últimos anos. Os grandes laboratórios de inovação de empresas, como Bell e AT&T, foram reduzidos, adotando um modelo diferente, que atua em parceria com as instituições de pesquisa acadêmica. Ao trabalhar com um novo conceito de inovação aberta, essas empresas criaram oportunidades para a inovação na universidade”, disse.Segundo Secher, as empresas descobriram que não precisavam contar com um grau tão elevado de sigilo e controle da pesquisa. “Vários relatórios recentes sobre empreendedorismo mostram que a universidade, governo e empresas passaram a trabalhar efetivamente juntos.”

A atividade de transferência de tecnologia, que já era uma realidade nos Estados Unidos na década de 1980, segundo Secher, começou a ser praticada em larga escala no Reino Unido apenas a partir do ano 2000. Mas, em uma década, o empreendedorismo britânico alcançou o norte-americano.

“O sistema estabelecido nos Estados Unidos previa que as universidades poderiam ficar com os lucros das inovações, caso estabelecessem um sistema para acompanhar os resultados intelectuais. No Reino Unido, em vez de uma legislação, o que fez diferença foi a criação do Fundo de Inovação no Ensino Superior, em 2000”, disse.

O fundo, segundo ele, repassa anualmente cerca de 60 milhões de libras esterlinas para todas as universidades britânicas que inovam e praticam a transferência de tecnologia por meio de empresas spin-out. “Conseguimos nos equiparar aos norte-americanos em alguns aspectos e até mesmo ultrapassá-los em outros. No Reino Unido, investimos hoje cerca de 14 milhões de libras para que uma spin-out traga retorno. Nos Estados Unidos é preciso investir mais de 60 milhões de libras”, disse.

De acordo com Secher, o principal desafio atual para o empreendedorismo britânico é a formação de recursos humanos capacitados. “O perfil que precisamos é o do intermediário: uma pessoa que possa transitar nas duas realidades, compreendendo o universo científico e o mundo empresarial”, apontou.

Outro desafio, segundo ele, é aprender a medir o impacto econômico das empresas a fim de avaliar seu sucesso. “Até recentemente medíamos o sucesso das empresas por sua receita, mas a fragilidade dessa abordagem já foi reconhecida. O sucesso deve ser medido pelo impacto na economia”, disse. (Envolverde/Agência Fapesp)