A expansão do crédito estimula a economia, mas ao mesmo tempo leva os consumidores a um beco sem saída. Após a gastança incentivada pelo crédito farto, muitos se vêem atolados em dívidas e acabam vivendo um pesadelo.
Recentemente, o Sistema de Informações de Crédito do BC, conhecido pela sigla SCR, mostrou que, em fevereiro deste ano, 15,6 milhões de pessoas tinham dívidas acima de R$ 5.000. Em comparação a dezembro de 2005, quando eram 10,6 milhões os clientes de bancos com dívida maior de R$ 5.000, houve um crescimento de 47,17% no endividamento dos brasileiros.
Além dos 15,6 milhões de pessoas com dívidas acima de R$ 5.000, o SCR registra, sem detalhamento por operação, todos os financiamentos. Hoje, o universo de clientes com alguma dívida, mesmo que pequena, é de 80 milhões de pessoas. No nosso Estado a situação não é diferente. Segundo a Arbes, Associação dos Bancos, a metade dos capixabas está endividada. São 1,4 milhões de pessoas que têm, pelo menos, uma dívida.
Desse modo, junto com a expansão do crédito no país, que já chegou a R$ 1 trilhão, cresce o número de clientes de banco com dívidas altas e o alerta está aceso: parece que o orçamento familiar disponível para pagar financiamentos está próximo do limite.
O alongamento dos prazos de financiamento, principalmente de automóveis, não é a única preocupação do BC em torno das operações de crédito de pessoas físicas. O alerta está aceso também para o aumento do endividamento das famílias. Junto com a expansão do crédito no país, que já chegou a R$ 1 trilhão, cresce o número de clientes de banco com dívidas altas.
Segundo o BACEN, na média, cada cliente tem três dívidas diferentes. Ou seja, além de financiar a casa e o carro, a maioria das pessoas com dívidas altas faz outra operação de crédito, como o consignado, um empréstimo pessoal ou o uso do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito.
Chama a atenção o crescimento de 30,4% nos últimos 12 meses até fevereiro do uso do rotativo do cartão de crédito, ou seja, quando o consumidor não paga o valor total da fatura no mês. Essa modalidade de dívida, que atingiu volume de R$ 15,9 bilhões entre pessoas físicas, aparece em segundo lugar na lista de financiamentos com maior taxa de crescimento no último ano. Os juros do cartão de crédito, com os do cheque especial, são apontados como os mais altos do mercado e são usados por pessoas que não têm mais como pagar as dívidas. O crédito consignado aparece em primeiro lugar, com 31,9%, no ranking dos empréstimos que mais crescem no país. O volume de financiamentos consignados atingiu R$ 67,5 bilhões.
Se você é um destes milhões de brasileiros e está totalmente endividado, usando o limite do cartão para cobrir dívidas de lojas, usando o cheque especial para cobrir despesas de casa, tirando um empréstimo para quitar outro, com contas atrasando, está na hora para dar um basta nesta situação e seguir as seguintes dicas dos alunos do curso de administração da FABAVI e integrantes do projeto VIGILANTE$ DO$ PREÇO$:
1º) Quando as dívidas com juros começam a corromper o orçamento e prejudicar a subsistência da família, e você tem que escolher entre sobreviver ou pagar juros, a melhor escolha é sobreviver.
2º) Portanto, é melhor parar de pagar estas dívidas que não param de crescer e parecem eternas e dedicar seus rendimentos apenas para pagar as dívidas básicas (moradia, alimentação, luz, água, etc).
3º) Abra uma poupança e guarde tudo o que sobrar no final do mês. Esta reserva será muito importante para você poder começar a ajeitar sua vida e saldar as dívidas com seus credores.
4º) Provavelmente seu nome irá para o SPC e SERASA, mas existe um lado bom nisso: você não vai mais fazer dívidas, pois não terá crédito no mercado. Terá que comprar tudo à vista e aprender a controlar seu orçamento.
5º) Agora, passados alguns meses, você vai começar a colocar a sua vida em ordem e procurar os credores para quitar às dívidas.
6º) Veja o quanto você conseguiu guardar na poupança (lembre-se de fazer a poupança, isto é muito importante, ou estes conselhos não servirão para nada). Faça uma listagem dos credores, em ordem da maior para a menor dívida. Comece pela menor. Entre em contato e veja a possibilidade de acordo com um bom desconto para pagamento à vista. Se não obtiver sucesso, passe para o próximo.
7º) Não tente fazer acordos com vários credores ao mesmo tempo, a não ser que suas economias permitam que você consiga quitar as dívidas à vista. Não tenha pressa, você se endividou ao longo de meses (ou anos) e não será da noite para o dia que irá resolver “todas as suas dívidas”.
8º) Lembre-se de ter disciplina e força de vontade. Você tem que economizar e tem que correr atrás de seus credores para quitar as dívidas! Assim, a médio prazo, você conseguirá saldar todas as suas dívidas e poderá começar uma vida nova.
9º) Não adianta limpar o nome e começar a gastar novamente, seja consciente com o quanto você ganha e o quanto pode gastar, tenha os pés no chão e nunca "dê o passo maior que a perna", assumindo algo que não poderá pagar sem folga no orçamento, e viva bem, sem preocupações, sem desespero e sem dívidas.
Você provavelmente receberá ameaça até de prisão, mas lembre-se: Dever não é crime! E você não ficou devendo por que quis, mas sim porque teve que fazer uma escolha entre pagar os juros absurdos cobrados ou colocar o alimento na mesa para sua família.
Na realidade, eles têm o direito de cobrar (ligar e mandar cartas), mas o direito deles vai até onde começa o seu. Portanto, cobranças que começam a incomodar você, que sejam em lugares ou horários impróprios não são permitidas e você pode buscar a Justiça para limitar estes abusos.
Link com planilha de orientação para cálculo automático da taxa de juros mensal cobrada e a taxa de juros acumulada do período:
Clique AquiNa planilha auxiliar está um exemplo de empréstimo de R$ 500,00 a ser pago em 12 prestações de R$ 73,35. A taxa de juros mensal embutida no empréstimo é calculada pelo programa. O consumidor pode testá-la com outros valores e prazos, digitando nos campos apropriados.
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